Light Steel Frame: Você Ainda Vai Usar!

Seguindo um caminho sem volta já utilizado no exterior, com a escassez de mão-de-obra qualificada para construções convencionais, que demandam mais tempo para serem executadas, a saída já adotada na maioria das obras industriais e comerciais de grande porte é a industrialização da construção. Isso significa utilizarmos métodos e técnicas que diminuem o prazo de execução da obra e a quantidade de mão-de-obra, transformando o canteiro de obras em uma linha de produção, onde diversos componentes já chegam prontos. Assim, a obra se torna uma linha de montagem e a consequência disso é o ganho de produtividade e eficiência e diminuição do desperdício de materiais. Além disso, pode ser empregada mão-de-obra treinada, sem dependermos da habilidade manual de um “pedreiro convencional”. Neste artigo, estamos falando de um sistema de construção seca: o light steel frame (traduzindo ao pé da letra, seria estrutura de aço leve). Trata-se de um método de construção rápido porque parte de um projeto sem margem para erros de cálculos de materiais, todos eles industrializados, possuidores de certificações internacionais e cumpridores de rigorosos padrões de qualidade. Sem os erros, o sistema reduz de maneira significativa os riscos de desperdícios de material, o que o torna uma das alternativas construtivas ambientalmente mais corretas. Enquanto uma construção comum resulta em até dezenas de caçambas de entulho, esta resulta, quando muito, em uma ao final da obra.

Uma construção moderna, tecnológica e com chancela ambiental tecnicamente correta flerta com um anseio do consumidor brasileiro antenado com as mudanças vividas pela arquitetura e coloca em verbo do passado, em definitivo, os modelos em alvenaria. O sistema construtivo em light steel frame caracteriza-se pelo uso de perfis de aço galvanizado e produtos industrializados, como placas cimentícias, placas de gesso e lã mineral. É um recurso atual para quem quer construir de forma rápida, econômica, sem sujeira ou problemas com a mão-de-obra pouco qualificada. A construção de uma casa de 380 metros quadrados, por exemplo, é feita em apenas quatro meses, com absoluta segurança sobre a qualidade e durabilidade do imóvel, o uso adequado e sem desperdício dos materiais e de uma mão-de-obra altamente qualificada.

Esses argumentos - rapidez, durabilidade e eficiência na construção do imóvel - representam o principal trunfo da construção civil praticada hoje no Brasil, principalmente em condomínios de médio e alto padrão, com perspectiva de crescimento inigualável nos próximos cinco ou dez anos no máximo, segundo a arquiteta Heloisa Pomaro, proprietária da Construtora Micura, pioneira na prospecção, desenvolvimento e execução de projetos em light steel frame no País. “É como dizer a uma criança que tem acesso às múltiplas ferramentas tecnológicas surgidas a partir dos computadores para ela usar uma máquina de escrever. Essa é a exata relação entre o que o light steel frame oferece frente à alvenaria”, sintetiza Heloisa Pomaro, autora de projetos para casas, lojas e fábricas nesse sistema empregado em larga escala em países como Canadá, Japão, Austrália e Estados Unidos. Ela também desenvolveu para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) o projeto de light steel frame da Vila Dignidade.

Constituído pelo encaixe de perfis leves metálicos, que dão estrutura ao imóvel, o sistema usa as placas cimentícias externamente, lã mineral e gesso acartonado internamente, para compor as paredes e teto. Essa engenharia inteligente de construção garante um alto desempenho do imóvel, conforto térmico e acústico superior aos demais, além de facilidades para manutenção, ampliações, reformas e a correção de eventuais danos. “A correção de uma umidade ascendente, por exemplo, é facilitada pelo fato de a casa ser construída em módulos. Uma parede pode ser removida tranquilamente sem alterar a estrutura graças a esse aspecto modular”, complementa a arquiteta.

O uso de mão de obra qualificada, com montadores capacitados para manusear os materiais, é um outro fator levado em conta hoje pelo consumidor. São trabalhadores, como acrescenta a arquiteta, “que usam ferramentas leves, em um ambiente de trabalho profissional mais ético e saudável, como reza a cartilha do mercado de trabalho hoje”.

A partir do momento em que for vencida a barreira cultural de que não é somente do jeito que construímos hoje, com tijolos, vigas e colunas de concreto, a forma correta de se fazer uma casa, este sistema amplamente utilizado no exterior ganhará força como alternativa ecológica e tecnológica de construção. O light steel frame se tornará cada vez mais uma opção interessante e viável para o futuro da construção em nosso País.

O Arquiteto Sandro PieReti Rodrigues é sócio-proprietário da PieReti Rodrigues Arquitetura Ltda., é formado em Técnico em Edificações pela E.T.E. Presidente Vargas e Arquitetura e Urbanismo pela F.A.U. Braz Cubas. Seu escritório atua no desenvolvimento de projetos residenciais, comerciais, institucionais e industriais, além de administração de obras.

A Arquiteta Heloisa Pomaro é proprietária da Construtora Micura, especializada no desenvolvimento, criação e execução de projetos em light steel frame. Para saber mais sobre o light steel frame, acesse www.casamicura.com.br.